As culturas Arquitetónicas têm dificuldade no acesso ao grande público, remetendo-se para um discurso (?...) hermético entre profissionais. O debate arquitetónico precisa de se exercer num registo plural, não apenas no interior da disciplina da Arquitetura, mas também na relação com a Sociedade.É com esta intenção, que pretendo disponibilizar-me, incondicionalmente, para o debate, em prol de uma sociedade mais esclarecida no âmbito de uma cultura arquitetónica (projeto e edificação) mais abrangente.
Use este "espaço" para o debate sobre questões ligadas à arquitetura e ao processo construtivo.

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A diversidade dos assuntos ligados ás questões arquitectónicas são muito vastos, principalmente, quando queremos procurar afirmar ideias e projectos, daí que se sugere "percorrer" todas as mensagens para uma visão mais ampla do modo de pensar e fazer arquitectura de autor, sendo necessário aceder através das "MENSAGENS ANTIGAS", que se coloca sempre no final da coluna destinada ás "mensagens" que se vão difundindo.

MANIFESTO DE UMA GERAÇÃO DE ARQUITETOS, TAMBÉM “À RASCA”
Como profissional, quero manifestar o desagrado perante a desilusão de uma geração, que represento, em que lhe foram dadas premissas para acreditar incondicionalmente no futuro da profissão como arquitetos.  Creio que este sentimento é generalizado, para todos os que lutaram por objetivos concretos, no campo pessoal e profissional.
As desilusões sucederam-se ao longo dos últimos anos, sentimos em que os ideais de vida de uma geração, foram vilipendiados.
Quase nada permanece dessa Esperança, apenas a desilusão e “memórias” daquilo que se quer esquecer.        
A “democracia” e a “liberdade”, formataram uma sociedade, a qual, de forma sistemática e corajosa, se viu obrigada a desenrascar, quando para alguns se afunilavam todos os interesses e uma doentia, quase dependente, exacerbação de personalidades...
Produziu ainda, o “vírus” da ignorância e da inveja, de tal ordem, que dificilmente se encontrará um antídoto para que se inverta este estado de coisas.
Era tão simples!... 
Bastava interpretar o sorriso indelével de esperança que se vislumbrava no rosto dos jovens, que éramos nós…e dar-lhes a devida oportunidade de modo equitativo.
Goraram-se expetativas, afirmaram-se nos rostos dos arquitetos da minha geração, profundas rugas nos rostos, provocadas pelo persistente desânimo, tristeza e insegurança, principalmente por sentir que nada poderiam assegurar no campo profissional, à geração seguinte.
Muitos da minha geração, foram trabalhadores/estudantes, pois o futuro dos filhos dependia muito desse esforço, passando por isso a ser apelidada de geração “sanduiche”, isto é, ajudaram os filhos, quando muitos tiveram ainda de ajudar os pais.
E quem ajudou a nossa geração?
Por todas as razões, o que se constata atualmente para ambas as gerações, em termos profissionais?: - Um enorme vazio no campo profissional, falta de esperança quanto ao futuro da arquitetura e uma profunda desilusão.
Esta nova geração, que se prepara para passar o testemunho, continua apesar de tudo, a manifestar-se distraída perante a realidade comprometedora que os cerca. Os mais atentos, exploram outras rotas geográficas…
Não era esta a geração que queríamos que nos sucedesse!.. apesar de reconhecer que a minha geração, foi em parte, a responsável por esse estado de coisas, porque fomos permissivos em face das falsas ilusões que o “Estado democrático” nos proporcionou e que, de forma ingénua, acreditamos…
Levar a compreender os ideais de vida para novas gerações, constitui a missão das gerações que as antecede e infelizmente, no nosso caso, fomos inoperantes e inconsequentes. Mas, perante o cenário que se depara para as duas gerações em causa, apetece afirmar:
Afinal, somos duas gerações de profissionais da arquitetura, completamente à “rasca”…!
Fernando Jorge

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