SOCIABILIZAÇÃO URBANA
As cidades tornaram-se o novo polo e atracão para os cidadãos, o novo eldorado para as suas periferias rurais ou para muitos dos milhares de estudantes que passam pela (s) sua (s) universidade (s) e que aí se fixam.
As cidades tornaram-se o novo polo e atracão para os cidadãos, o novo eldorado para as suas periferias rurais ou para muitos dos milhares de estudantes que passam pela (s) sua (s) universidade (s) e que aí se fixam.
Não é de admirar, portanto, que o fenómeno imobiliário tenha sido acarinhado
pela edilidade bracarense, como um fator de
desenvolvimento, riqueza, capacidade de atração e fixação para
os concelhos.
Contudo, a rapidez de
todo este processo que se desenvolveu em duas décadas,
motivou que esse crescimento deixasse de ser
um fenómeno orgânico tornando a
cidade desconexa, isto é, sem uma
organização capaz que lhe permitisse gerar
processos, funções e propósitos que
possibilitassem uma redistribuição da
população crescente nos dois sentidos fundamentais: a fixação e a vivência.
Passou-se a ter uma cidade mecanizada onde a prioridade
era a construção em detrimento de uma ordem comunal, própria das cidades
consolidadas. Passou a haver uma cidade sem sustentação
para um crescimento e reprodução de cultura humana.
Sem essa cultura, toda a
complicada estrutura da cidade perde muito do seu significado mais profundo, tornando-se, até, potencialmente hostil, às finalidades da vida. Esqueceram-se que as pessoas têm necessidade de partilhar as suas emoções e que estando "isoladas", fica fortissimamente condicionado o instinto de relacionamento o que
leva ao consequente desconforto e desconfiança.
A cidade poderá ser bela quando vista no papel, mas não funcionará
para as pessoas, porque,
um planeamento que não contenha emoções,
que apenas se limite a uma mera lógica construtiva, está a esquecer que,
afinal, ele não pode ser feito para
ser belo no papel, o planeamento tem
de ser feito a favor dos cidadãos e nunca contra os cidadãos.
Nos complicados rituais
da mecanização que se verificam atualmente,
o diálogo humano, círculo vital de companheirismo,
a sociedade de amigos ou de clubes, são atitudes comprometidas no tempo/espaço.
A principal função da cidade é converter o poder em forma,
a energia em cultura, a matéria inanimada em símbolos
vivos, a reprodução biológica em
criatividade social. As funções positivas da cidade não podem ser
levadas a cabo, sem que se criem novas disposições
institucionais, capazes de enfrentar as
energias enormes que o homem moderno domina.
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