As culturas Arquitetónicas têm dificuldade no acesso ao grande público, remetendo-se para um discurso (?...) hermético entre profissionais. O debate arquitetónico precisa de se exercer num registo plural, não apenas no interior da disciplina da Arquitetura, mas também na relação com a Sociedade.É com esta intenção, que pretendo disponibilizar-me, incondicionalmente, para o debate, em prol de uma sociedade mais esclarecida no âmbito de uma cultura arquitetónica (projeto e edificação) mais abrangente.
Use este "espaço" para o debate sobre questões ligadas à arquitetura e ao processo construtivo.

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A diversidade dos assuntos ligados ás questões arquitectónicas são muito vastos, principalmente, quando queremos procurar afirmar ideias e projectos, daí que se sugere "percorrer" todas as mensagens para uma visão mais ampla do modo de pensar e fazer arquitectura de autor, sendo necessário aceder através das "MENSAGENS ANTIGAS", que se coloca sempre no final da coluna destinada ás "mensagens" que se vão difundindo.
            O sacro (monumento na Avenida Central) e a construção (Foto Carlos Dias)


                                                    SOCIABILIZAÇÃO URBANA
As cidades tornaram-se o novo polo e atracão para os cidadãos, o novo eldorado para as suas periferias rurais ou para muitos dos milhares de estudantes que passam pela (s) sua (s) universidade (s) e que aí se fixam.
Não é de admirar, portan­to, que o fenómeno imobiliá­rio tenha sido acarinhado pela edilidade bracarense, como um fator de desenvolvimento, riqueza, capaci­dade de atração e fixação para os concelhos.
Contudo, a rapidez de todo este processo que se de­senvolveu  em duas décadas, motivou que esse crescimento deixasse de ser um fenómeno orgânico tornando a cidade desconexa, isto é, sem uma organização capaz que lhe permitisse gerar processos, funções e propósitos que possibilitassem uma redistribuição da população crescente nos dois sentidos fundamentais: a fixação e a vivência.
Passou-se a ter uma cida­de mecanizada onde a prioridade era a construção em detrimento de uma ordem comunal, própria das cida­des consolidadas. Passou a haver uma cidade sem sus­tentação para um cresci­mento e reprodução de cul­tura humana.
Sem essa cultura, toda a complicada estrutura da cidade perde muito do seu significado mais profundo, tornando-se, até, potencialmente hostil, às finalidades da vida. Esqueceram-se que as pessoas têm necessidade de partilhar as suas emo­ções e que estando "isola­das", fica fortissimamente condicionado o instinto de relacionamento o que leva ao consequente desconforto e desconfiança.
A cidade poderá ser bela quando vista no papel, mas não funcionará para as pessoas, porque, um planea­mento que não contenha emoções, que apenas se li­mite a uma mera lógica construtiva, está a esquecer que, afinal, ele não pode ser feito para ser belo no papel, o planeamento tem de ser feito a favor dos cida­dãos e nunca contra os cida­dãos.
Nos complicados rituais da mecanização que se verificam atualmente, o diálogo humano, círculo vital de companheirismo, a socieda­de de amigos ou de clubes, são atitudes comprometidas no tempo/espaço.
A principal função da cidade é converter o poder em forma, a energia em cultu­ra, a matéria inanimada em símbolos vivos, a reprodu­ção biológica em criativi­dade social. As funções posi­tivas da cidade não podem ser levadas a cabo, sem que se criem novas disposições institucionais, ca­pazes de enfrentar as ener­gias enormes que o homem moderno domina.

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